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Escrito por Isadora Arantes Pinheiro
Atualizado 14 de Outubro de 2025
Índice
O que é free float? Esse é um dos primeiros conceitos que quem investe em ações precisa entender, e ele vai muito além dos preços dos papéis.
A expressão em inglês pode parecer técnica à primeira vista, mas o significado é direto: free float é a parte das ações de uma empresa que está livre para negociação na bolsa, fora do controle de sócios majoritários, diretores ou tesouraria.
Esse número tem peso real na liquidez da ação, ou seja, o quão fácil é comprar ou vender esse papel no dia a dia. Mas o impacto não para aí.
O free float também revela muito sobre a transparência da empresa, a estrutura de poder entre acionistas e até o grau de governança corporativa que ela pratica.
Neste guia, vamos explicar em detalhes o que é free float, como ele é calculado, por que ele importa tanto e como usá-lo na prática para tomar decisões mais seguras e estratégicas.
Principais pontos
O free float representa as ações de uma empresa que estão disponíveis para negociação no mercado.
Um percentual elevado de free float tende a aumentar a liquidez e reduzir a volatilidade da ação.
O cálculo envolve dividir as ações em circulação pelo total de ações emitidas.
Eventos como follow-on, recompras e lock-ups podem alterar o free float ao longo do tempo.
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O free float representa a quantidade de ações de uma empresa que está disponível para negociação no mercado.
Ele exclui as ações que estão nas mãos de controladores, diretores, conselheiros e na tesouraria da própria empresa.
Em outras palavras, o free float mostra o total de ações “em circulação livre”.
Essa informação é essencial para entender o comportamento de uma ação. Empresas com pouco free float tendem a ter menor volume de negociações e podem apresentar oscilações bruscas.
Já companhias com muito free float oferecem maior liquidez, o que facilita a compra e venda sem grandes variações de preço.
Na B3, que é a bolsa brasileira, há exigências mínimas de free float para que uma empresa possa manter sua listagem.
No Novo Mercado, por exemplo, o percentual mínimo é de 25%. Em outros segmentos, esse valor pode variar entre 20% e 25%.
O free float também tem impacto direto na composição de índices como o Ibovespa.
Isso porque o peso de uma ação nesses índices leva em conta quantas ações estão disponíveis para negociação.
Empresas com maior free float tendem a ter maior peso nos índices, o que aumenta sua visibilidade e atrai fundos de investimento que seguem essas carteiras.
Por isso, muitas empresas buscam aumentar seu free float ao longo do tempo, seja com emissões públicas de ações ou pela redução da concentração acionária.
A fórmula para o cálculo do o free float é direta:
Vamos a um exemplo. Suponha que uma empresa tenha 100 milhões de ações. Dessas:
Nesse caso, o cálculo seria:
Ou seja, 30% das ações da empresa estão realmente disponíveis para serem negociadas por qualquer pessoa na bolsa.
O free float não é um número fixo. Ele pode mudar com o tempo, principalmente por conta de eventos corporativos.
Quando uma empresa faz um follow-on (emissão secundária de ações), aumenta o número de papéis disponíveis no mercado, elevando o free float.
Recompras de ações, por outro lado, reduzem o free float, já que as ações voltam para a tesouraria.
Situações de lock-up, em que acionistas se comprometem a não vender suas ações por um tempo, também afetam temporariamente a disponibilidade real desses papéis.
Por isso, quem acompanha o mercado de perto precisa considerar essas movimentações para entender como o free float se comporta e o que isso sinaliza sobre a empresa.
O free float ajuda a medir a liquidez de uma ação. Quanto maior o percentual de ações em circulação, maior a chance de o papel ter um bom volume de negociações.
Uma ação com boa liquidez apresenta menor diferença entre os preços de compra e venda (spread), o que facilita operações e torna os preços mais estáveis.
Em contrapartida, ações com baixa liquidez, geralmente ligadas a free float pequeno, tendem a ser mais voláteis e menos atrativas para grandes investidores.
Além disso, o free float funciona como um indicativo indireto de governança.
Empresas que colocam uma boa parte de suas ações no mercado mostram disposição para compartilhar decisões com os acionistas minoritários e se abrir para maior escrutínio do mercado.
Tanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quanto a B3 estabelecem regras para garantir que as empresas listadas ofereçam informações claras sobre sua estrutura acionária.
A exigência de um mínimo de ações em circulação visa justamente a evitar empresas com capital pulverizado apenas “no papel”.
Essas exigências regulatórias ajudam a proteger o investidor e a manter um mercado justo e competitivo.
Empresas que respeitam essas normas reforçam sua credibilidade e aumentam o interesse de investidores institucionais.
O free float, por si só, não define a qualidade de um investimento.
Ele precisa ser analisado junto com outros fatores, como o tipo de ação em circulação e o nível de proteção ao acionista minoritário.
Ações ordinárias (ON) dão direito a voto, enquanto as preferenciais (PN) priorizam o recebimento de dividendos.
Muitas vezes, o free float é composto majoritariamente por ações PN, o que limita a influência do investidor nas decisões da empresa.
Outro ponto importante é o tag along. Esse mecanismo garante que, em caso de venda do controle da empresa, os acionistas minoritários possam vender suas ações pelas mesmas condições dos majoritários.
Empresas que oferecem 100% de tag along transmitem maior segurança aos investidores.
Nos últimos anos, o mercado tem dado mais atenção aos fatores ambientais, sociais e de governança, o famoso ESG.
Nesse contexto, o free float se tornou um indicador relevante para avaliar o quanto uma empresa está comprometida com práticas de governança sólida.
Um free float elevado aumenta o poder de fiscalização dos investidores. Isso leva a uma gestão mais transparente e alinhada aos interesses do mercado.
Empresas com baixa dispersão acionária, por outro lado, tendem a ser menos sensíveis à pressão externa, o que pode afetar sua reputação ESG.
Apesar da importância do free float, ele não deve ser analisado de forma isolada.
Uma ação pode ter um percentual alto de papéis em circulação e, mesmo assim, apresentar baixa liquidez se esses papéis estiverem concentrados em poucos investidores.
Além disso, o número pode gerar uma falsa sensação de segurança. Em momentos de baixa no mercado, mesmo ações com free float elevado podem ter queda brusca de liquidez.
Outro risco aparece quando a ação tem free float muito baixo.
Nesse cenário, é mais fácil que grupos pequenos manipulem o preço com operações coordenadas, o que prejudica a transparência do mercado.
Quando poucas ações estão disponíveis para negociação, movimentos pequenos já podem gerar variações grandes de preço.
Esse cenário cria espaço para manipulações e práticas nocivas, como pump and dump, onde o preço da ação é inflado artificialmente para atrair investidores desavisados.
Para evitar esse tipo de armadilha, é essencial cruzar os dados de free float com o volume médio negociado e o número de negociações diárias.
Transparência e dispersão acionária são aliados importantes da segurança do investidor.
A melhor forma de entender o impacto do free float é observar o que acontece na prática. Veja dois exemplos claros:
A estatal tem um free float elevado, com ampla distribuição de ações no mercado. Isso garante alta liquidez e atratividade para investidores de todos os perfis.
Após diversos follow-ons, o free float da empresa cresceu significativamente.
A ação passou a ter maior visibilidade, se destacou entre os papéis mais negociados da B3 e ganhou a atenção de fundos internacionais.
Em contrapartida:
Em muitos casos, mantêm mais de 80% das ações com os controladores. Isso limita a liquidez e afasta investidores interessados em entrada e saída rápida.
Algumas empresas perceberam que aumentar o free float traz benefícios reais.
A Totvs, por exemplo, ampliou a participação de ações no mercado com ofertas públicas e ganhou espaço em índices relevantes.
Esse tipo de movimento também ajuda na formação de preço, já que há mais transparência e maior volume de negociações.
Com isso, o investidor tem mais dados para tomar decisões fundamentadas.
O free float é mais do que uma curiosidade técnica. Ele influencia diretamente a liquidez, a volatilidade e a governança das ações.
É um indicador essencial para quem quer entender a dinâmica do mercado e investir com mais confiança.
Por fim, lembre-se: o free float não deve ser analisado sozinho.
Combine essa informação com outros indicadores como o ROE, a margem líquida, o histórico de resultados e o posicionamento estratégico da empresa.
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Nosso objetivo é te ajudar a investir com inteligência, e sem complicar o que não precisa ser complicado.
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Free float é a parcela das ações de uma empresa que está disponível para negociação no mercado, excluindo papéis de controladores, diretores e tesouraria.
Divida o número de ações em circulação pelo total de ações emitidas e multiplique por 100. O resultado será o percentual de free float.
Ele impacta diretamente a liquidez da ação, sua volatilidade e a percepção de governança corporativa da empresa.
Nem sempre. Embora indique maior disponibilidade de ações, a liquidez real depende também do volume de negociações diárias e da dispersão dos investidores.
Empresas do Novo Mercado devem ter pelo menos 25% de ações em circulação. Nos outros segmentos, o mínimo é geralmente 20%.
Sim. Eventos como emissões de ações (follow-on), recompras, lock-up ou vendas de controladores podem alterar o percentual de free float.
Isadora Arantes Pinheiro
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Isadora é uma copywriter brasileira especializada em mercado financeiro e tecnologia. Com mais de 2 anos de experiência, ela combina profundo conhecimento técnico com uma abordagem estratégica, tornando conteúdos complexos acessíveis e cativantes para o público.
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